Neste
domingo resolvi passar um pouco do tempo em frente a Televisão e
degustar um pouco dos ovinhos da Páscoa apresentados no “Fantástico”
e no “Domingo Espetacular”. Simplesmente não tantos motivos para
estarmos felizes e distribuindo ovos de chocolate por aí. Estamos
vivendo num Estado de violência onde a apatia dos governantes e de
uma elite econômica financeira simplesmente acreditam que acabar com
isso depende de atitudes do cidadão e não do Estado que detém a
força como atribuição exclusiva e socialmente legítima.
Poderíamos
até nos alongar num debate sobre as causas da violência, sua
relação com as drogas, prostituição e o crime organizado; mas
acho que seria apenas estratégicas procrastinatórias para não ir
direto ao ponto.
O Estado
de insegurança é causa e efeito de um Estado que tem se negado a
assumir todas as suas atribuições, seja num estado liberal, estado
socialista ou mesmo numa ditadura. Nosso estado Socialdemocrata,
revestido de um neoliberalismo em processo super avançado de
implementação, se torna a cada dia mais mínimo para os cidadãos e
máximo para os detentores de riqueza e poder.
Esse
Estado decadente no qual estamos vivendo se recusa a pagar bem
policiais que tem como função central arriscar suas vidas e até
perdê-las no exercício do trabalho cotidiano e também fora dele.
Afinal, policiais continuam sendo policiais nos dias de folga.
Não
apenas nosso Estado de Insegurança paga mal a suas forças de
segurança, como também a torna cada vez menor ao longo do tempo.
Não tenho tempo nem interesse em fazer pesquisa aprofundada, mas
duvido que nos últimos vinte anos a proporção dos que entraram na
carreira militar seja ao menos igual ao número dos que saíram de
combate por motivo de aposentadoria ou morte em serviço.
No Estado
de insegurança no qual estamos vivendo, o aumento da violência e os
assustadores números de assassinatos parecem tem uma função que,
na geografia, pode ser chamada de controle populacional e, pra quem
se importa com a humanidade, chama de genocídio. De qualquer forma,
são milhares de mortes que acontecem por conta da omissão e, até
certo ponto, com a autorização do Estado que se diz democrático.
Policiais
são proibidos de fazer greve e temos como consequência uma greve
branca que é bem pior do que saber que estamos sem policiais nas
ruas. Parece um teatro macabro onde os que são vítimas são
exatamente aqueles que não tem qualquer alternativa para promover
sua defesa. Além disso, já temos por todos os cantos pequenos
grupos de mercenários e pelotões sem fardas que resolveram assumir
o poder de Estado em relação a violência e, sem regras e sem
ética, andam por aí fazendo justiça com as próprias mãos.
Não vai
demorar para termos um exército paralelo formado. Na realidade,
milhares de pessoas já estão formadas para compor uma força
paralela ao poder de Estado e, sem educação de qualidade, sem saúde
digna e uma assistência social clientelista e eleitoreira, não
tarda para que seja mais seguro estar sobre a proteção de forças
paralelas no lugar da proteção do Estado.
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