domingo, 8 de abril de 2012

ESTADO DE INSEGURANÇA


Neste domingo resolvi passar um pouco do tempo em frente a Televisão e degustar um pouco dos ovinhos da Páscoa apresentados no “Fantástico” e no “Domingo Espetacular”. Simplesmente não tantos motivos para estarmos felizes e distribuindo ovos de chocolate por aí. Estamos vivendo num Estado de violência onde a apatia dos governantes e de uma elite econômica financeira simplesmente acreditam que acabar com isso depende de atitudes do cidadão e não do Estado que detém a força como atribuição exclusiva e socialmente legítima.

Poderíamos até nos alongar num debate sobre as causas da violência, sua relação com as drogas, prostituição e o crime organizado; mas acho que seria apenas estratégicas procrastinatórias para não ir direto ao ponto.

O Estado de insegurança é causa e efeito de um Estado que tem se negado a assumir todas as suas atribuições, seja num estado liberal, estado socialista ou mesmo numa ditadura. Nosso estado Socialdemocrata, revestido de um neoliberalismo em processo super avançado de implementação, se torna a cada dia mais mínimo para os cidadãos e máximo para os detentores de riqueza e poder.

Esse Estado decadente no qual estamos vivendo se recusa a pagar bem policiais que tem como função central arriscar suas vidas e até perdê-las no exercício do trabalho cotidiano e também fora dele. Afinal, policiais continuam sendo policiais nos dias de folga.

Não apenas nosso Estado de Insegurança paga mal a suas forças de segurança, como também a torna cada vez menor ao longo do tempo. Não tenho tempo nem interesse em fazer pesquisa aprofundada, mas duvido que nos últimos vinte anos a proporção dos que entraram na carreira militar seja ao menos igual ao número dos que saíram de combate por motivo de aposentadoria ou morte em serviço.

No Estado de insegurança no qual estamos vivendo, o aumento da violência e os assustadores números de assassinatos parecem tem uma função que, na geografia, pode ser chamada de controle populacional e, pra quem se importa com a humanidade, chama de genocídio. De qualquer forma, são milhares de mortes que acontecem por conta da omissão e, até certo ponto, com a autorização do Estado que se diz democrático.

Policiais são proibidos de fazer greve e temos como consequência uma greve branca que é bem pior do que saber que estamos sem policiais nas ruas. Parece um teatro macabro onde os que são vítimas são exatamente aqueles que não tem qualquer alternativa para promover sua defesa. Além disso, já temos por todos os cantos pequenos grupos de mercenários e pelotões sem fardas que resolveram assumir o poder de Estado em relação a violência e, sem regras e sem ética, andam por aí fazendo justiça com as próprias mãos.

Não vai demorar para termos um exército paralelo formado. Na realidade, milhares de pessoas já estão formadas para compor uma força paralela ao poder de Estado e, sem educação de qualidade, sem saúde digna e uma assistência social clientelista e eleitoreira, não tarda para que seja mais seguro estar sobre a proteção de forças paralelas no lugar da proteção do Estado.

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