sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Vida e Morte na latrina

Espanta qualquer pessoa a forma banal como vem sendo tratada a vida e também a morte. Numa via de mão duplas, sociedade e sistemas de comunicação criaram uma relação de desvalorização da vida e banalização da morte que assusta e entristece as mentes que nada mais desejam além de viver em paz e conviver com outros que também estejam em paz.

Tanto a morte quanto a vida foram colocadas numa latrina e como tal perderam qualquer valor ou significado mais relevante. Parece que perdermos a capacidade de se indignar e se revoltar com as aberrações como tem sendo tratada a vida das pessoas e como essa mesma vida é tão prematuramente extirpada sem que isso gere algo maior que um choro e um luto familiar e, quando muito de alguns amigos mais chegados.

Alguns vivem em castelos, outros constroem fortalezas para não ver os miseráveis que cotidianamente passam por suas portas. Tem também os que contratam seguranças para proteção pessoal e há também os que usam de forma privada os equipamentos públicos de segurança.

Temos que ir além desse sistema de banalização da vida e da morte. Precisamos acordar, abrir bem os olhos e ver que é primordial que possamos unir as forças, nos dar as mãos e criar uma corrente forte em defesa da vida.

Pessoas não nasceram para que suas vidas fossem banalmente ceifadas e aniquiladas de forma tão gratuita como as que temos visto nestes tempos. Quanto tempo mais vamos ignorar o choro de milhares e milhares de famílias como se isso nunca pudesse chegar até nós.

Não acredito que tenha uma forma pronta, um mapa com o caminho ideal a ser seguido, mas tenho a absoluta certeza de que não é possível mais ficarmos omissos ou realizando ações pontuais no que diz respeito ao enfrentamento e ao debate sobre a violência e a terrível e maligna desvalorização da vida.

A defesa da vida é a bandeira de luta primordial de qualquer cidadão, de qualquer profissão e de qualquer sujeito que nessa terra viva e que tenha o mínimo de amor a si e ao próximo. Se não ao próximo, ao menos a si mesmo. 

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