domingo, 6 de janeiro de 2013

Prestadores de Serviço: o Peso da Exploração e da injustiça

Talvez seja assim em outras partes do mundo, não sei. Mas espanta o quanto faz vergonha ser honesto e buscar uma vida limpa e, sobretudo, esperar isso da administração pública. Nesse contexto, uma das mais vergonhosas situações da nossa República é justamente a perpetuação dos contratos de prestação de serviços como uma forma FLEX de ingressar no serviço público.

Primeiro, devemos reconhecer que prestadores de serviço são mais vítimas que atores dessa perversidade. Depois, é preciso admitir que muitos não se esforçam para mudar tal situação e entrar pela porta da frente que é o Concurso Público. Mas, são de longe vítimas e não atores principais dessa situação.

Prestadores de serviço são explorados de muitas maneiras, a mais evidente é a baixa remuneração pois, em geral, recebem metade do que ganharia um servidor público efetivo; depois tem a precarização do vínculo que simplesmente os tornam refém do gestor/político/partido de plantão. Prestador de serviço não tem direitos trabalhistas assegurados e quando tem é porque existe uma empresa intermediando e levando um bom lucro que poderia ter sido revertido em renda para o trabalhador.

Prestadores de Serviço são explorados não apenas no exercício do trabalho no serviço público mas, pela própria natureza precária do vínculo, também pelos grupos político/partidários que os constrangem a trabalhar em campanhas eleitorais, mobilizar famílias, comunidades e conhecidos para arranjar votos e, assim, garantir que não irá perder o emprego.

Quem possui um contrato precário com o serviço público é refém do gestor de plantão. Não pode denunciar imoralidades, práticas de corrupção, nem qualquer outra irregularidade no serviço e, se ousar, seguramente perderá o emprego. Claro que servidores públicos efetivos também podem ser perseguidos porém, tem mais proteção da justiça.

Gestores Públicos que lutam para manter esse tipo de vínculo com o serviço público estão, na verdade, dando uma declaração subliminar - porém explícita - de que querem manter pessoas escravizadas, presas aos currais da nova/velha política brasileira. Esse tipo de gestor é uma espécie perversa de corrupto que torna pessoas que precisam de emprego em corruptores (se é que posso dizer assim).

Concurso público é a única forma de acabar de vez com esse tipo de situação e eliminar esse tipo de injustiça e exploração. Por isso, a maioria dos gestores públicos - independente do partido e da ideologia - tendem a fazer vistas grossas e manter por anos e anos a fio um verdadeiro exército de prestadores de serviço que, na verdade, são refém de um sistema de exploração e assédio político que parece estar longe de um fim.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Se você calar, ninguém para com a corrupção

Pois é meus amigos e amigas! Um novo ano chegando mas a verdade é que a corrupção no Brasil, continua a mesma. Lamentável ver os últimos resultados das eleições. Simplesmente, as urnas extirparam muito pouca gente corrupta e associada com ladrões. Não fosse as limitações legais, poderíamos ter ainda mais corruptos assumindo cargos de prefeitos e de vereadores.

Nesse quadro, onde o PT, partido mais envolvido em escândalos na nossa velha Nova República, cresceu e continua com tendências de crescimento NUNCA VISTOS ANTES. Isso mostra duas coisas preocupantes: a primeira é que parece que não há outra opção melhor que o PT (digo, parece); outra coisa é um tipo de anestesia moral/ética que muitos brasileiros estão experimentado.

É lamentável, mas a corrupção parece que está começando - se é que algum dia não foi - a fazer parte de nosso DNA político ou, pior, de nossa estrutura moral. Assim, vergonha, não é ser corrupto mas o contrário. Pois, constrangido fica quem não consegue participar de ao menos uma das práticas deslavadas de corrupção.

Mas o fato é que muitas pessoas, a exemplo de você, ainda tem baixo nível de tolerância a tanta safadeza e é por isso que eu conclamo a você e a cada um que tem coragem de lutar contra essa prática perversa da administração pública brasileira, a não nos calarmos nem desanimarmos nessa luta voraz.

Vamos seguir com nossa força, porque se nós nos calarmos não haverá quem dê uma freada na corrupção.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Concurso Público: Quem dá a nota é o Eleitor

As eleições nada mais são do que um concurso público onde quem dá a nota para os candidatos é o eleitor. Através de nosso voto damos a determinadas pessoas a permissão para  nos representar durante quatro ou oito anos e, depois disso, o legítimo direito deles participarem de novos concursos.

Esse Concurso Público chamado eleição dá a certos cidadãos o poder que emana do povo. Ele passa a falar com o peso não apenas daqueles que nele votaram, mas de toda sociedade. Também é posto nas suas mãos cerca de 60% da renda do cidadão que é administrada pelos governos e que de nós é recolhida através dos tributos e taxas.

Nesse Concurso, ao contrário daqueles que são feitos para contratar servidores públicos para cargos efetivos, temos alguns critérios para além da capacidade técnica e teórica: o carisma, a retórica, a oratória e o poder de compra de votos, seja por vias legais (programas, bolsas e financiamentos) seja diretamente pelo caixa dois.

O fato é que, muitas vezes, nesse tipo de seleção, não levamos em conta as associações dos candidatos e costumamos tratar com desprezo os seus financiadores e seus aliados que, em alguns casos, são verdadeiros delinquentes, bandidos profissionais e saqueadores dos cofres públicos. 

Esquecemos que um simples vereador pode decidir sobre o destino de milhões ou bilhões de Reais e que por isso ele pode sim ser cortejado por muitos interessados para vender seu voto por alguns milhares de reais ou de dólares ou outros mimos que possam ser incluídos em seu patrimônio sem que levante alguma suspeita.

O FATO É QUE PRECISAMOS LEVAR O VOTO MAIS A SÉRIO E FAZER CRITERIOSA SELEÇÃO DAQUELES QUE ESCOLHEMOS PARA NOS REPRESENTAR.

É de lamentar que não temos exercido esse nosso direito devidamente e, por isso, muitos de nós somos seduzidos por musiquinhas, apelos emocionais e mentiras deslavadas que são pronunciadas como verdadeiras palavras sagradas e que, surpreendentemente tem ajudado na beatificação de verdadeiros saqueadores dos cofres públicos.