sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Operação Nômade: Alternativas para reduzir a violência e o crime

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Os nômades eram aqueles povos que sempre estavam mudando de lugar para poder sobreviver. Era a busca por alimentos, ambiente seguro para morar e bom clima. A principal característica do nômade é não ter uma moradia fixa. Bom, a partir daqui, podemos começar a imaginar porque razão uma operação das Polícias da Paraíba foi batizada com o termo "NÔMADE".

Claro que o verdadeiro significado da operação, somente os intelectuais da Polícia é que poderão dizer. Estamos apenas fazendo suposições.

O principal motivo para as constantes mudanças dos povos nômades, era a carência de recursos para sobreviver. Assim, a operação nômade, reflete uma carência do efetivo policial que não é suficiente para fazer uma ampla cobertura de segurança ostensiva em todo o Estado. Assim, os policiais se tornam nômades e passam a circular por vários lugares afim de oferecer uma maior sensação de segurança para a população, ainda que isso possa proporcionar falta de cobertura policial em outras regiões.

Mas, também pode haver outro significado. Esse, menos provável no momento. Trata-se da mobilidade natural dos criminosos. Como eles podem fugir constantemente de uma área para outra, a polícia então, deflagra uma ação em várias regiões ao mesmo tempo e, com isso, consegue prender um número maior de infratores e/ou coibir a prática de crimes em várias áreas. O problema é que, ao anunciar onde acontecerão as operações, pode haver uma saída estratégica ou mesmo um recuo temporário da criminalidade, todavia, com a saída da operação, tudo volta ao normal.

Acredito que a melhor forma de combate ao crime é ainda o policiamento ostensivo e, das ferramentas disponíveis, a mais importante é a do Policiamento Comunitário. Neste sentido, as Unidades de Policia Solidária (UPS) são boas alternativas. Acho que elas deveriam seguir a mesma lógica da Política de Saúde e da Política de Assistência Social, constituindo equipes responsáveis pela cobertura de um número X de famílias.

Assim, para cada mil famílias, por exemplo, teríamos uma equipe de Polícia Solidária. Essa equipe não seria formada apenas por policiais mas também por assistentes sociais, psicólogos e pedagogos que, além de ajudar a conhecer a comunidade, também estariam acompanhando os egressos do sistema penitenciário e também as famílias dos detentos.

Outras atividades que seriam desenvolvidas era a realização de palestras, oficinas e atividades culturais em escolas, praças e ruas onde as famílias costumam fazer aglomerações ou eventos festivos.

Enfim, não devemos imaginar que uma ação ao estilo "holofote" vá contribuir significativamente para reduzir a prática de crimes. Precismos estar atentos a atitudes que possam efetivamente contribuir estruturalmente para melhoria da segurança pública em nosso Estado, ou seja: realização de concursos públicos, valorização dos profissionais da segurança, aparelhamento e investimento maciço em ações educativas e infraestrutura.

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