terça-feira, 23 de outubro de 2012

SALVE JORGE: o desafio da diversidade religiosa

Já virou rotina evangélicos das mais variadas denominações protestarem contra alguns programas ou novelas que são veiculados na Globo principalmente e em outros canais de televisão. Em geral, a crítica é direta as opções religiosas dos líderes, autores e artistas globais. Por outro lado, os que não comungam da mesma opinião começam a deferir também suas críticas e repúdios as atitudes dos evangélicos. Mas, afinal, quem está com a razão?

Isso é algo muito difícil de responder. Entretanto, não podemos deixar de considerar que ambas as partes podem estar certas até certo ponto. Temos como princípio constitucional o respeito a diversidade religiosa. A partir disso, devemos considerar que cada religião, dentro de si pode fazer suas próprias escolas e definir seus próprios códigos ou dogmas.

Quando lideranças evangélicas, fiéis ou mesmo simpatizantes começam a fazer campanhas para que outros não contribuam para crescimento daquilo com o qual eles não concordam, não podemos ver nada de errado. Eles podem sim, dentro de seus próprios templos ou entre seus fiéis proclamar suas crenças e defender seus valores, desde que não estimulem a violência ou outras práticas ilegais contra outras religiões.

O grande dilema é quando eles passam a utilizar redes sociais, comunidades públicas para difundir essas idéias e, inevitavelmente alcançam não apenas seus fiéis mas também todos os demais cidadãos que não são obrigados a concordar com eles. Nesse ponto, soa como uma agressão, um desrespeito a outras crenças e sobretudo a outras pessoas que professam outros credos.

Entendo que ninguém é obrigado a concordar com os que dizem as religiões. Também entendo que cada religião pode fazer suas próprias escolas dogmáticas, seus credos e suas bandeiras sociais e religiosas desde que isso não vá contra as leis e o bom senso seja priorizado.

Também entendo que as religiões precisam ter muita sabedoria quando vão fazer divulgação de suas convicções de forma pública e que precisam respeitar de form irrestrita nossa diversidade religiosa. Não precisam concordar ou praticar os ritos de outras religiões, mas devem ter uma postura ética e respeitosa com todas e também com seus santos e entidades.

Assim,

"Salve Jorge pra quem é de Jorge" 

"Salve Maria pra quem é de Maria"

Glórias a Jesus pra quem é de Jesus"

E, pra quem não respeitar a diversidade, mude de planeta!

Servidores Públicos ou Servidores Partidários?

O líder político Luiz Inácio Lula da Silva imprimiu ao sua passagem pela presidência da República um termo muito enigmático: "Nunca Antes na História desse País". Isso, mostrava o caráter inovador e ousado de seu governo e ao mesmo tempo, abria as portas para que fossem revelados aberrações como as do Escândalo do Mensalão que, de forma inconteste, é um dos maiores escândalos de nossa curta história. No meio desse pacotes de "nunca dantes" entra também o clientelismo político oficial, a privatização das políticas sociais e a compra de votos legalizada.

Mas, não é novidade na história da nossa República o uso de servidores públicos para benefício eleitoreiro. Por essa razão, tantos e tantos governos resistem para que sejam contratados servidores públicos do quadro efetivo. O esforço do governo do PT em criar programas e projetos que estejam desvinculados da estrutura de carreira do Estado é um exemplo disso.

Mas, não é no nível Federal que o Clientelismo político com cargos públicos se dá de forma mais escancarada, é sim a nível de municípios e de Estado que essa anomalia ética tem sua função planificada e, neste caso, nunca antes, se viu tão escancarada utilização da estrutura de servidores e prestadores de serviço em favor de partidos políticos e seus candidatos.

Hoje, é aberrante a utilização dos cargos e funções públicas de forma partidária/eleitoreira. Sobretudo os servidores públicos sem estabilidade, os chamados Prestadores de Serviço, mas não somente estes, são utilizados de forma abusiva para benefício dos candidatos aliados do governo de plantão.

Alguns vão por constrangimento e outros por achar que é assim mesmo que as coisas devem ser. Muitos vão com o simples intento de levar vantagens num futuro governo e... e o povo... Bom, esse que se exploda. Que sofra os erros do seu voto e que se mantenha na mesma inércia de sempre deixando que um grupo restrito de pessoas continuem decidindo e prejudicando suas vidas.

Todos nós sabemos dessas imoralidades, muitos de nós até faz parte desse contexto de abuso de poder e outros aceitam fazer parte desse jogo e esperarem a vantagem de terem seus aliados no poder para poderem mamar e mamar até o leite acabar.

Mas isso não é prática de cidadania. Isso também é crime. É imoral. É vergonhoso. Quem tem caráter e amor pelo que é público foge dessa prática perversa de corrupção.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Operação Nômade: Alternativas para reduzir a violência e o crime

http://www.pm.pb.gov.br
Os nômades eram aqueles povos que sempre estavam mudando de lugar para poder sobreviver. Era a busca por alimentos, ambiente seguro para morar e bom clima. A principal característica do nômade é não ter uma moradia fixa. Bom, a partir daqui, podemos começar a imaginar porque razão uma operação das Polícias da Paraíba foi batizada com o termo "NÔMADE".

Claro que o verdadeiro significado da operação, somente os intelectuais da Polícia é que poderão dizer. Estamos apenas fazendo suposições.

O principal motivo para as constantes mudanças dos povos nômades, era a carência de recursos para sobreviver. Assim, a operação nômade, reflete uma carência do efetivo policial que não é suficiente para fazer uma ampla cobertura de segurança ostensiva em todo o Estado. Assim, os policiais se tornam nômades e passam a circular por vários lugares afim de oferecer uma maior sensação de segurança para a população, ainda que isso possa proporcionar falta de cobertura policial em outras regiões.

Mas, também pode haver outro significado. Esse, menos provável no momento. Trata-se da mobilidade natural dos criminosos. Como eles podem fugir constantemente de uma área para outra, a polícia então, deflagra uma ação em várias regiões ao mesmo tempo e, com isso, consegue prender um número maior de infratores e/ou coibir a prática de crimes em várias áreas. O problema é que, ao anunciar onde acontecerão as operações, pode haver uma saída estratégica ou mesmo um recuo temporário da criminalidade, todavia, com a saída da operação, tudo volta ao normal.

Acredito que a melhor forma de combate ao crime é ainda o policiamento ostensivo e, das ferramentas disponíveis, a mais importante é a do Policiamento Comunitário. Neste sentido, as Unidades de Policia Solidária (UPS) são boas alternativas. Acho que elas deveriam seguir a mesma lógica da Política de Saúde e da Política de Assistência Social, constituindo equipes responsáveis pela cobertura de um número X de famílias.

Assim, para cada mil famílias, por exemplo, teríamos uma equipe de Polícia Solidária. Essa equipe não seria formada apenas por policiais mas também por assistentes sociais, psicólogos e pedagogos que, além de ajudar a conhecer a comunidade, também estariam acompanhando os egressos do sistema penitenciário e também as famílias dos detentos.

Outras atividades que seriam desenvolvidas era a realização de palestras, oficinas e atividades culturais em escolas, praças e ruas onde as famílias costumam fazer aglomerações ou eventos festivos.

Enfim, não devemos imaginar que uma ação ao estilo "holofote" vá contribuir significativamente para reduzir a prática de crimes. Precismos estar atentos a atitudes que possam efetivamente contribuir estruturalmente para melhoria da segurança pública em nosso Estado, ou seja: realização de concursos públicos, valorização dos profissionais da segurança, aparelhamento e investimento maciço em ações educativas e infraestrutura.