quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Concurso Público: Quem dá a nota é o Eleitor

As eleições nada mais são do que um concurso público onde quem dá a nota para os candidatos é o eleitor. Através de nosso voto damos a determinadas pessoas a permissão para  nos representar durante quatro ou oito anos e, depois disso, o legítimo direito deles participarem de novos concursos.

Esse Concurso Público chamado eleição dá a certos cidadãos o poder que emana do povo. Ele passa a falar com o peso não apenas daqueles que nele votaram, mas de toda sociedade. Também é posto nas suas mãos cerca de 60% da renda do cidadão que é administrada pelos governos e que de nós é recolhida através dos tributos e taxas.

Nesse Concurso, ao contrário daqueles que são feitos para contratar servidores públicos para cargos efetivos, temos alguns critérios para além da capacidade técnica e teórica: o carisma, a retórica, a oratória e o poder de compra de votos, seja por vias legais (programas, bolsas e financiamentos) seja diretamente pelo caixa dois.

O fato é que, muitas vezes, nesse tipo de seleção, não levamos em conta as associações dos candidatos e costumamos tratar com desprezo os seus financiadores e seus aliados que, em alguns casos, são verdadeiros delinquentes, bandidos profissionais e saqueadores dos cofres públicos. 

Esquecemos que um simples vereador pode decidir sobre o destino de milhões ou bilhões de Reais e que por isso ele pode sim ser cortejado por muitos interessados para vender seu voto por alguns milhares de reais ou de dólares ou outros mimos que possam ser incluídos em seu patrimônio sem que levante alguma suspeita.

O FATO É QUE PRECISAMOS LEVAR O VOTO MAIS A SÉRIO E FAZER CRITERIOSA SELEÇÃO DAQUELES QUE ESCOLHEMOS PARA NOS REPRESENTAR.

É de lamentar que não temos exercido esse nosso direito devidamente e, por isso, muitos de nós somos seduzidos por musiquinhas, apelos emocionais e mentiras deslavadas que são pronunciadas como verdadeiras palavras sagradas e que, surpreendentemente tem ajudado na beatificação de verdadeiros saqueadores dos cofres públicos. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

SALVE JORGE: o desafio da diversidade religiosa

Já virou rotina evangélicos das mais variadas denominações protestarem contra alguns programas ou novelas que são veiculados na Globo principalmente e em outros canais de televisão. Em geral, a crítica é direta as opções religiosas dos líderes, autores e artistas globais. Por outro lado, os que não comungam da mesma opinião começam a deferir também suas críticas e repúdios as atitudes dos evangélicos. Mas, afinal, quem está com a razão?

Isso é algo muito difícil de responder. Entretanto, não podemos deixar de considerar que ambas as partes podem estar certas até certo ponto. Temos como princípio constitucional o respeito a diversidade religiosa. A partir disso, devemos considerar que cada religião, dentro de si pode fazer suas próprias escolas e definir seus próprios códigos ou dogmas.

Quando lideranças evangélicas, fiéis ou mesmo simpatizantes começam a fazer campanhas para que outros não contribuam para crescimento daquilo com o qual eles não concordam, não podemos ver nada de errado. Eles podem sim, dentro de seus próprios templos ou entre seus fiéis proclamar suas crenças e defender seus valores, desde que não estimulem a violência ou outras práticas ilegais contra outras religiões.

O grande dilema é quando eles passam a utilizar redes sociais, comunidades públicas para difundir essas idéias e, inevitavelmente alcançam não apenas seus fiéis mas também todos os demais cidadãos que não são obrigados a concordar com eles. Nesse ponto, soa como uma agressão, um desrespeito a outras crenças e sobretudo a outras pessoas que professam outros credos.

Entendo que ninguém é obrigado a concordar com os que dizem as religiões. Também entendo que cada religião pode fazer suas próprias escolas dogmáticas, seus credos e suas bandeiras sociais e religiosas desde que isso não vá contra as leis e o bom senso seja priorizado.

Também entendo que as religiões precisam ter muita sabedoria quando vão fazer divulgação de suas convicções de forma pública e que precisam respeitar de form irrestrita nossa diversidade religiosa. Não precisam concordar ou praticar os ritos de outras religiões, mas devem ter uma postura ética e respeitosa com todas e também com seus santos e entidades.

Assim,

"Salve Jorge pra quem é de Jorge" 

"Salve Maria pra quem é de Maria"

Glórias a Jesus pra quem é de Jesus"

E, pra quem não respeitar a diversidade, mude de planeta!

Servidores Públicos ou Servidores Partidários?

O líder político Luiz Inácio Lula da Silva imprimiu ao sua passagem pela presidência da República um termo muito enigmático: "Nunca Antes na História desse País". Isso, mostrava o caráter inovador e ousado de seu governo e ao mesmo tempo, abria as portas para que fossem revelados aberrações como as do Escândalo do Mensalão que, de forma inconteste, é um dos maiores escândalos de nossa curta história. No meio desse pacotes de "nunca dantes" entra também o clientelismo político oficial, a privatização das políticas sociais e a compra de votos legalizada.

Mas, não é novidade na história da nossa República o uso de servidores públicos para benefício eleitoreiro. Por essa razão, tantos e tantos governos resistem para que sejam contratados servidores públicos do quadro efetivo. O esforço do governo do PT em criar programas e projetos que estejam desvinculados da estrutura de carreira do Estado é um exemplo disso.

Mas, não é no nível Federal que o Clientelismo político com cargos públicos se dá de forma mais escancarada, é sim a nível de municípios e de Estado que essa anomalia ética tem sua função planificada e, neste caso, nunca antes, se viu tão escancarada utilização da estrutura de servidores e prestadores de serviço em favor de partidos políticos e seus candidatos.

Hoje, é aberrante a utilização dos cargos e funções públicas de forma partidária/eleitoreira. Sobretudo os servidores públicos sem estabilidade, os chamados Prestadores de Serviço, mas não somente estes, são utilizados de forma abusiva para benefício dos candidatos aliados do governo de plantão.

Alguns vão por constrangimento e outros por achar que é assim mesmo que as coisas devem ser. Muitos vão com o simples intento de levar vantagens num futuro governo e... e o povo... Bom, esse que se exploda. Que sofra os erros do seu voto e que se mantenha na mesma inércia de sempre deixando que um grupo restrito de pessoas continuem decidindo e prejudicando suas vidas.

Todos nós sabemos dessas imoralidades, muitos de nós até faz parte desse contexto de abuso de poder e outros aceitam fazer parte desse jogo e esperarem a vantagem de terem seus aliados no poder para poderem mamar e mamar até o leite acabar.

Mas isso não é prática de cidadania. Isso também é crime. É imoral. É vergonhoso. Quem tem caráter e amor pelo que é público foge dessa prática perversa de corrupção.